Da crise resultou uma estagnação como regra nas economias antes dinâmicas, que está levando a uma nova recessão, em seqüência àquela vivida no momento inicial desta crise. Os acontecimentos recentes nas economias européias, na economia norte-americana, e os persistentes problemas da economia japonesa, revelaram a atualidade, novos desdobramentos e perspectivas desta crise que não foi debelada pelas ações dos governos.
Os Estados Unidos, a principal economia mundial, padecem agora de dúvidas sobre a capacidade de pagamento em dia da sua dívida pública elevada com o socorro aos bancos e a grandes empresas na primeira rodada da crise em 2008/2009; de temores de contaminação de seu sistema financeiro pelos problemas dos governos e bancos europeus; de concessões do governo democrata às exigências de corte de gastos sem aumento da receita feitas pela maioria republicana na Câmara; de perspectivas de estagnação, com retração de investimentos privados e persistência do alto grau de desemprego (que antes da crise girava pelos 6% e que agora ultrapassa os 9%).
Na Europa, vários governos de países em crise estão impossibilitados de quitar sua dívida pública e tiveram que ser socorridos pelo Banco Central Europeu. Lá também, a crise financeira que era privada se transformou em crise da dívida pública, e agora ameaça voltar ao início com graves problemas no sistema bancário, e com a capacidade de socorro dos Estados mais enfraquecida. A reação de seus governos ao repique da crise foi cortar seus gastos sociais e de investimento, contribuindo para deprimir mais suas economias e persistindo os altos índices de desemprego e a redução da renda de seus trabalhadores. Noutras palavras: a crise retorna hoje, principalmente porque o governo dos Estados Unidos e os governos europeus optaram por aplicar remédios neoliberais para combater a crise do neoliberalismo.
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