O Partido dos Trabalhadores não comemora a crise internacional: ela custa vidas, empregos, esperanças de centenas de milhões de pessoas, em todo o mundo. Esta crise, assim como as outras grandes crises por que passou o sistema capitalista no século 20, não é um evento natural ou inevitável; não se trata apenas da má gestão, de “erros” ou “desvios”.
A crise que teve início em 2008, assim como a crise em que estamos imersos agora, resultam da aplicação das políticas neoliberais: estímulo à especulação financeira, a desregulamentação, o enfraquecimento do controle público, a retirada de direitos, a redução nos impostos sobre as grandes fortunas.
A crise global repercute com intensidade também nos países árabes e no Oriente Médio. Os problemas econômicos, os altos índices de desemprego, especialmente entre os jovens, potencializaram descontentamentos históricos com a desigualdade social, e desembocaram em movimentos pela democracia contra ditaduras de décadas.
As revoltas árabes são um produto regional da crise internacional. Abrem o caminho para perspectivas democráticas inéditas naquela região, mas, pela falta de liberdade de organização política ao longo de décadas, podem desaguar em novas ditaduras ou em governos conservadores e subordinados às velhas potências capitalistas. Estas se apressaram inclusive pela força militar, a tirar proveito da crise que elas mesmas promoveram. Neste particular, o PT reafirma seu repúdio à ingerência externa e à militarização dos conflitos político-sociais.
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