Atilio Boron considera que o partido e movimentos sociais representam dois modos de articular os interesses do campo popular[1], modos que não são contraditórios e sim complementares, apenas jogam em diferentes campos: os partidos no marco das instituições políticas e os movimentos no seio da sociedade civil.
Os movimentos possuem capacidade potencial para estabelecer uma relação mais estreita com sua própria base e representar, de maneira mais imediata, seus interesses, apresentam, em contrapartida, enorme dificuldade na hora de sintetizar a multiplicidade de particularidades para formular uma estratégia unificada, que possa enfrentar com sucesso a estratégia unificada da burguesia.
Por isso existe a necessidade de uma articulação mais estreita entre movimentos sociais e partidos, tendo em vista o caráter complementar dos dois tipos de organização na disputa pelo poder na sociedade.
[1] Atilio Boron, doutor em Ciência Política pela Harvard University, O artigo completo foi publicado no sítio La Haine , 04-09-2008. A tradução para o português foi feita por Dênis de Moraes e se encontra em seu blog, 02-09-2008.
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