Segundo Marilena Chauí (2006), o filósofo Espinosa, estudioso das paixões humanas (que, ao contrario de várias tradições filosóficas e religiosas, não considera vícios defeitos da natureza humana, mas algo tão natural como o ar, a água, os raios e trovões), afirma que é ficção e loucura querer que os governantes ajam como se não tivessem paixões e interesses, como se fossem a encarnação perfeita das virtudes privadas, querer isso seria o mesmo que querer que eles deixassem de ser humanos, tornando-se anjos.
Para ele o vício não é um mal, é fraqueza para existir, agir e pensar. A virtude não é um bem, é força para ser autônomo e íntegro.
A guerra interna de valores é sempre pautada na variação entre a capacidade de ter mais ou menos virtudes em primeiro plano que vícios.
Então, onde se encontram os princípios da ética publica? Na qualidade das instituições republicanas e democráticas. São as instituições que devem ter o poder de cercear e impedir que as paixões (interesses) pessoais dos governantes, das pessoas que adquirem espaços de poder tenham força para esmagar, ferir ou bloquear os direitos dos outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário